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sexta-feira, 18 de setembro de 2015

DEPOIS DA MORTE - O REGRESSO AOS DOMÍNIOS ESPIRITUAIS




“Para morrer bem é preciso viver bem”. – Confúcio

A maioria das pessoas, apesar de acreditar na imortalidade da alma, sente muito medo da morte. Esse medo ocorre pelo desconhecimento do que acontece durante a morte, do que vem depois ou para onde vão assim como do receio de perder afeições. As religiões pouco fazem para esclarecer os fiéis sobre a vida além-túmulo, assustando-os ainda mais.

A Doutrina Espírita codificada por Allan Kardec é o Consolador prometido por Jesus, que vem eliminar esse medo, preparando-nos para enfrentá-lo serenamente, pois todos morreremos um dia. Orienta-nos sobre a vida e a morte. A vida é uma propriedade da alma, do nosso Espírito a vida é eterna porque somos eternos. Informa que toda pessoa é formada por três partes essências: - o corpo físico ou ser material, animado pelo princípio ou fluido vital; - a alma, que é o espírito encarnado, habitando o corpo; - o perispírito ou corpo espiritual que une a alma ao corpo.

Então, o que acontece durante a morte, também chamada desencarnação?

O que acontece é uma mudança do lado material para o lado espiritual. Você que está lendo tem um corpo físico, adaptado à vida material, utilizado pelo seu espírito que está unido a ele através do perispírito. Isto é necessário para que você possa cumprir a sua finalidade na Terra, que é progredir em conhecimentos e sentimentos, através do esforço pessoal e do relacionamento com o próximo. O organismo funcionando ao longo do tempo e segundo as circunstâncias vai se desgastando, diminuindo o fluido vital e a morte acontece. Você deixa o corpo físico, mas a sua alma (ou espírito) que é imaterial e imortal muda-se para o lado espiritual continuando a viver com o corpo espiritual (perispírito). Acontece um desligamento dos laços que uniam o perispírito ao corpo físico. Quando mudamos de um lugar para outro continuamos a ser o que somos, apenas nos desfazemos do que não é necessário. Assim, também, quando desencarnamos, continuamos a ser a mesma pessoa, mas, nos desfazemos do corpo físico, pois não é necessário no mundo espiritual.

Agora que você já sabe que a morte é mudança, pense no seguinte, para perder o medo:

- Aqui na Terra temos hospitais, escolas, instituições beneficentes, etc. Quantas pessoas dedicadas ao bem em todos os níveis sociais! Só não é auxiliado quem não quer. Imagine agora no Plano Espiritual. Nele está também a Bondade Divina, através dos Espíritos Protetores, dos Anjos de Guarda, dos Grupos de Socorro e Esclarecimento.

Aqui é uma cópia do que tem lá e sendo assim a assistência, o amparo, o esclarecimento no mundo espiritual são maiores. Há também técnicos em auxílio aos que desencarnam.

- Também fique sabendo que a família terrena continua fazendo parte do nosso relacionamento juntamente com a família espiritual.

Há três tipos de desencarnação

a) A desencarnação lenta, a mais usual e ideal. A pessoa adoece por um prazo mais ou menos longo. Tem tempo para meditar, reformular pontos de vista, fazer acertos, modificar-se.

Pode ser por velhice também, o fluido vital vai se esgotando. Não é uma desgraça como pensam, é um fator de equilíbrio.

b) A desencarnação súbita, o espírito é apanhado de surpresa, despreparado e se não praticou o bem fica apegado à vida material e sensações físicas. As pessoas dedicadas ao bem com sinceridade não sofrem neste tipo de desencarnação.

c) A desencarnação coletiva, semelhante à súbita, mas em conjunto com outras pessoas, por meio de desastres variados. Não se dá acaso. Espíritos com débitos semelhantes reúnem-se para uma expiação coletiva.

A perturbação da passagem

Na passagem da vida corporal para a espiritual acontece também um outro fenômeno: a perturbação. A alma experimenta um torpor, espécie de sono ou desmaio e por isso quase nunca testemunha conscientemente o último suspiro. A perturbação pode ser considerada o estado normal no instante da morte e pode durar de algumas horas a muitos anos, dependendo do estado moral e dos atos praticados.

O despertar do torpor ou sono apresenta variantes:

1) O espírito acorda ouvindo choro, lamentações, etc, de entes queridos que não se conformam. Isto dificulta a sua adaptação à nova vida. Essa situação só melhora com a mudança do comportamento de tristeza dessas pessoas, substituindo-o por equilíbrio, preces e conformação. O espírito desencarnante também pode expressar os mesmos sentimentos chorando muito pela separação, necessitando também se esforçar para superar a crise e consolar os que ficaram.

2) O despertar se dá em hospital ou casa de repouso. Devido ao atendimento médico e aos cuidados que recebe, o espírito pensa que permanece no mundo material. É esclarecido, pode receber a visita de alguém que já desencarnou ou, então, perceber, à distância, o que se passa no antigo lar, sentindo que já não vive mais lá.

3) Há espíritos que acordam surpresos porque se sentem vivos, sabendo que passaram por situações em que iriam deixar a vida física, como doenças terminais, acidentes, etc.

Há também um fenômeno que se verifica com alguns espíritos antes ou após o desencarne. É a revisão total ou parcial dos acontecimentos que vivenciaram ao longo da existência material que se finda. Seria como a exibição de um “vídeo-tape” guardado nos arquivos do pretérito, documentando fatos importantes da última existência. Assim revela uma comunicação do espírito Germano Sestini, extraída do livro “Vida no Além”, psicografado por Chico Xavier.

“Meu espanto foi enorme. Parecia que estava retornando aos tempos de menino... Na mente apareceu a paisagem de Cravinhos e tornei a ver meu pai João e minha mãe, acariciando-me e ensinando-me a rezar. Mariquinha, revi tudo... a nossa felicidade, o nascimento dos filhos... Os dias difíceis, o duro trabalho para melhorar...”

Onde ficam os espíritos após a morte?

Esta é a grande preocupação dos que temem a morte. Não há lugar especialmente destinado ao sofrimento ou à paz e à felicidade. Os espíritos se reúnem segundo a afinidade vibratória, conseqüência do estado moral. Ao desencarnar cada um é o que é, o produto dos seus pensamentos, sentimentos e atos. “A cada um segundo suas obras”. Surgem daí as esferas, planos ou mundos espirituais. Os espíritos voltados para o mal se reúnem em regiões dimensionais conhecidas como Trevas. Suas formas perispirituais não são nada agradáveis devido às suas vibrações inferiores, conseqüência das faltas cometidas. Aí estão os criminosos endurecidos, os que cometeram faltas pesadas, que só conheceram gozos vis, que só tiveram sentimento de ódio e maldade para com seus semelhantes. É o Umbral mais pesado. Aí permanecerão por longo tempo, mas não eternamente, pois a bondade de Deus é infinita e ampara a todos. Em outro plano, provavelmente correspondente à superfície da Terra (na dimensão espiritual) ou pouco acima, vivem os que ficaram ligados à matéria, que viveram para si mesmos, sem ideal, sem fé, podem ter feito pouco mal, mas de bem nada fizeram. É o Umbral mais ameno. Nele há vegetação e moradias. Os espíritos do bem encontram aí mais facilidade para assistência. A terceira esfera ou plano, também Umbral, é uma região de transição para planos superiores como também abriga espíritos necessitados de reencarnar, isto é, voltar a renascer na Terra novamente. Aí fica a colônia-cidade Nosso Lar, local de trabalho e reeducação. Existem outras centenas de colônias-cidades em torno da Terra. O livro “Nosso Lar”, que recomendamos para leitura, dá notícias sobre estas três esferas.

O suicida provoca um rompimento brusco do funcionamento dos órgãos. Por ficar o perispírito saturado de fluidos vitais (não era chegada a hora) permanece ligado ao corpo físico. Dependendo das circunstâncias, o espírito sente os efeitos da decomposição, revê o ato e sofre intensamente. Suicida também é quem desencarna antes da hora porque lesou o corpo físico com desgastes necessário, alimentação desregrada, prazeres desmedidos, uso de tóxicos, desajustes emocionais (ódio, raiva, inveja, ciúmes, preguiça, etc). Por estarem imantados ao nosso mundo material são agrupados por afinidade a determinados locais da espiritualidade. As nossas preces por eles ajudam a se libertarem dos fluidos materiais. São conduzidos por espíritos amigos às sessões mediúnicas onde são esclarecidos e confortados.

Os espíritos que já alcançaram determinados graus de superioridade se reúnem nas esferas superiores, onde reinam a paz, a harmonia e o trabalho.

“Nos planos imediatos à experiência física, os felizes estão sempre dispostos ao trabalho em favor dos infelizes, os mais fortes em benefício dos mais fracos, os bons em socorro dos desequilibrados e os mais sábios em apoio aos desorientados e ignorantes”, conforme explica-nos André Luiz no livro “Cidade no Além”.

“Para morrer bem é preciso viver bem”, ensinava Confúcio. Para viver bem basta seguir o ensinamento de Jesus: “Amar a Deus e ao próximo como a si mesmo”.

Neuza Brienze neube@mirassol.com.br Centro Espírita Vicente de Paulo, CEVIP Mirassol – SP

Bibliografia “O Céu e o Inferno”, Allan Kardec “Espiritismo e Vida Eterna”, Ariovaldo Caversan e Geziel Andrade “O que nos espera depois da morte”, George Gonzalez “Cidade no Além”, Francisco Cândido Xavier e Heigorina Cunha, ditado pelos Espíritos André Luiz e Lucius “Evolução para o Terceiro Milênio”, Carlos Toledo Rizzini

Nota: Para você saber mais sobre a vida além da morte conheça a Doutrina Espírita. Além desses livros recomendamos, entre outros: “O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec “Nosso Lar”, Francisco Cândido Xavier, ditado pelo Espírito André Luiz “Como vivem os Espíritos”, Antonio Fernandes Rodrigues “Vida no Além”, Francisco Cândido Xavier, mensagens de espíritos que residiram em São José do Rio Preto – SP.

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

O SIGNIFICADO DA PERDA




No "O Livro dos Espíritos", na questão 934, temos, na própria pergunta a palavra “perda” com o sentido de morte ("A perda de entes queridos não nos causa um sofrimento tanto mais legítimo quanto é ela irreparável e independente da nossa vontade"?). Os Espíritos não fizeram nenhuma correção em relação à palavra “perda” contida na pergunta. Responderam, de forma clara, à per...gunta, pois entenderam o sentido dado à palavra "perda" ("Essa causa de dor atinge assim o rico, como o pobre: representa uma prova, ou expiação, e comum é a lei. Tendes, porém, uma consolação em poderdes comunicar-vos com os vossos amigos pelos meios que vos estão ao alcance, enquanto não dispondes de outros mais diretos e mais acessíveis aos vossos sentidos.")
Pode-se objetar que, em termos espirituais, a morte não existe e que ninguém perde ninguém. Pelo prisma da imortalidade da alma sim, mas pelo aspecto da encarnação não, pois a encarnação tem começo e fim. A pessoa que conhecemos é um conjunto espírito/matéria, cuja convivência solidifica os sentimentos. Portanto é natural que havendo a morte física, haverá a descontinuidade da convivência (sentida, vista, percebida) e isso é uma perda, pois não mais se terá o que se tinha, qual seja, a convivência física.
Ainda sob o prisma da morte não existir, muitos preferem o termo desencarnar. Salvo melhor juízo, morte e desencarnação não têm o mesmo sentido e não são, necessariamente, simultâneas. A primeira é física, a segunda é a separação espiritual, o desprendimento mental.Quando damos um nome a alguém, não damos o nome ao Espírito, mas sim à pessoa (Espírito encarnado em uma dada encarnação). O Espírito, justamente pelo fato de se reencarnar várias vezes, não tem um nome específico. Recebe um nome em cada encarnação. Então, o nome, a persona, é o Espírito reencarnado. Esse conjunto desaparece com a cessação da vida orgânica e a isso é que chamamos morte (veja a questão 68 de “O Livro dos Espíritos”).
Desencarnação é o ato do desligamento do Espírito; desligamento completo, ou seja, inclusive o mental. Quantos espíritos há que, anos após a morte do corpo, ainda se sentem ligados a ele?. Vejamos as dissertações dos espíritos infelizes contidas no livro o Céu e o Inferno (segunda parte), quanto dizem ainda estarem "ligados ao corpo" (alguns por anos ou décadas)... Esses não desencarnaram. Houve a morte física, mas não a desencarnação.
Portanto, em certo sentido, ou melhor, no sentido físico, a morte existe sim, referindo-se a uma estrutura orgânica (LE 68). Quando dizemos "fulano" morreu, não estamos nos referindo ao Espírito imortal ou liberto (que já teve vários nomes), mas sim à pessoa encarnada que não mais será vista "em carne e osso" (valendo-me de expressão coloquial). É a esse fenômeno que se refere a palavra "perda", uma vez que "não mais" haverá esta "pessoa" convivendo fisicamente com os seus amados.Essas minhas observações estão sempre sujeitas a serem corrigidas, pois externo apenas uma opinião pessoal, sujeita a erro e, por isso mesmo, pode e deve ser corrigida. Espero que meu longo texto não tenha sido uma "perda de tempo" para quem o leu.
Um fraternal abraço, com votos de paz
Simão Pedro
SIMÃO PEDRO DE LIMA – Professor universitário, historiador e contabilista, com Mestrado em Educação Evangelica !

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