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quarta-feira, 29 de julho de 2015

PARA SUPERAR A PERDA DOS PAIS, ÓRFÃO FAZ AS PESSOAS SORRIREM:


yahoolifestyle:


Mesmo depois de passar por momentos difíceis sorrir ainda ainda é o melhor remédio. Pelo menos é o que tem feito Jaden Hayes, um garotinho norte-americano de 6 anos. Ele perdeu seu pai há dois anos e sua mãe faleceu enquanto dormia neste mês de julho. Após as perdas ele foi morar com sua tia, Barbara DiCola. A história poderia ser mais um clichê sobre perdas, no entanto os dois estão se dedicando atualmente ao que chamaram de “The Smile Project” (em português, “o projeto sorriso”).

Tudo começou quando, numa noite antes de dormir, Jaden disse que estava cansado de ver as pessoas com caras tristes. “Nós precisamos fazer as pessoas sorrirem”, ele afirmou, segundo relato da tia à emissora de TV americana WBS.

No dia seguinte, Jaden decidiu montar pequenos pacotes com doces e alguns brinquedos. Ele e sua tia foram para o centro da cidade de Savannah, no estado de Georgia nos EUA, e começaram a distribuir os mimos para as pessoas que não estavam sorrindo. Quando questionaram o motivo do presente a resposta era simples: “Você não estava sorrindo. Eu quero que você sorria”.

A tia conta que a atitude de Jaden tem feito muito bem para sua própria família. “Se não fosse por ele, eu não teria aguentado. Esse menino passou por tantas perdas e ainda está preocupado em fazer outras pessoas sorrirem”, comentou.

Em apenas dois dias, Jaden fez cerca de 275 pessoas sorrirem. Para acompanhar, é só seguir a hashtag #TheSmileExperiment no Instagram. Fofo, né?

Fotos: Reprodução/Instagram

domingo, 26 de julho de 2015

A MORTE NÃO MODIFICA NINGUÉM....



Trilhas da Libertação

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 31)

Continuamos a apresentar o estudo metódico e sequencial do livro Trilhas da Libertação, obra de autoria de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1995.

Questões preliminares

A. É correto dizer que a morte não modifica a ninguém, apenas nos transfere a outra dimensão?

Sim. Os fatos demonstram que o fenômeno da morte, ao libertar o Espírito das amarras carnais, apenas o transfere de uma para outra dimensão, preservando-lhe os valores, positivos ou negativos, com os quais se houve no mundo.(Trilhas da Libertação. Noite de Angústias, pp. 249 a 251.)

B. Que ocorre então ao Espírito cuja conduta na derradeira existência não primou pela correção e pela honestidade?

Deparando-se com a própria realidade, ele permanece errático, associando-se a outros com os quais se afina, formando assim, qual ocorre entre os homens, hordas e legiões perniciosas. Quando algum deles se dá conta da própria situação, caindo em si e decidindo pela mudança de comportamento, Benfeitores diligentes que o assistem, sem que o saiba, acorrem a auxiliá-lo, recambiando-o para outro campo vibratório no qual se reeduca, reconsidera atitudes e reprograma o futuro. Permanecendo na rebeldia, na insensatez, na ociosidade, além de perturbar-se em longo curso, torna-se vítima de sicários mais impenitentes que o exploram e o utilizam para fins hediondos, até o momento em que luz a divina misericórdia e a expiação o reconduz ao processo reencarnatório, que o irá depurar. (Obra citada. Noite de Angústias, pp. 249 a 251.)

C. Embora o livre-arbítrio seja apanágio do Espírito, há momentos em que, para evitar um mal maior, pode ser ele cerceado?

Sim. Pelo menos é o que se deu no caso de Estefânio, o hábil mistificador, que enganou o médium Davi. Ao se ver descoberto, ele começou a exigir: “Libertem-me. Sou peixe miúdo na sua rede. Não tenho valor. Apenas cumpro meu dever, obedecendo ordens superiores, poupando-me problemas”. Muito calmo, Fernando lhe respondeu: “Bem o sabemos. Conhecemos pessoalmente a organização a que você pertence e temos interesse em contatar com os seus chefes, especialmente com o Soberano”. E, em seguida, acrescentou: “Mesmo que o nosso Davi resvale na alucinação que vitaliza, e para a qual o amigo contribuiu, não mais lhe terá acesso à hospedagem mental nem acompanhará o desenrolar dos acontecimentos em pauta. Momento chega, no qual cessa o livre-arbítrio individual e se expressa a Lei. Toda liberdade tem limite e este é a fronteira do direito, da alheia liberdade, sem o que se abrem os fossos da libertinagem, do desvario. Você e os nossos irmãos, seus servidores, ficarão aqui detidos, para posterior remoção, no momento hábil”. (Obra citada. Noite de Angústias, pp. 251 a 253.)

Texto para leitura

121. A morte a ninguém modifica, apenas nos transfere para outra dimensão – O irmão Ernesto meneou a cabeça, contristado. Agora, o dr. Hermann era tomado por mistificador! Como as pessoas veem apenas o que querem, o que lhes apraz e convém! Como não se deve violentá-las, para que despertem para a consciência de si mesmas, a única alternativa é amá-las, deixando-as livres para que aprendam mediante as próprias experiências. No momento em que dr. Carneiro, utilizando-se da energia peculiar aos Espíritos Nobres, afastou o comensal da perturbação, surpreendendo-o, Fernando envolveu a citada Entidade em contínuas descargas fluídicas, impedindo-a de fugir do recinto. A mesma providência foi tomada em relação aos seus acompanhantes, que passaram a exteriorizar significativo receio na face. Esses Espíritos haviam sido recrutados entre as hordas de ociosos e vadios da Erraticidade inferior. Utilizados pelo Soberano das Trevas, eram eles, de certo modo, intimidados por outros sicários que os exploravam, ameaçando-os de punições cruéis nas regiões inditosas. Ignorantes da realidade espiritual e destituídos de valores morais, vagavam na inutilidade, esfaimados de energias e enfermos, até serem arregimentados por aqueles que os submetiam e exploravam. Colhidos então na própria armadilha, eles receavam os próximos acontecimentos, que desconheciam. O fato é que o fenômeno da morte, ao libertar o Espírito das amarras carnais, apenas o transfere de uma para outra dimensão, preservando-lhe os valores, positivos ou negativos, com os quais se houve no mundo. Deparando-se com a própria realidade, permanece errático, associando-se a outros com os quais se afina, formando assim, qual ocorre entre os homens, hordas e legiões perniciosas. Quando algum deles se dá conta da própria situação, caindo em si e decidindo pela mudança de comportamento, Benfeitores diligentes que o assistem, sem que o saiba, acorrem a auxiliá-lo, recambiando-o para outro campo vibratório no qual se reeduca, reconsidera atitudes e reprograma o futuro. Permanecendo na rebeldia, na insensatez, na ociosidade, além de perturbar-se em longo curso, torna-se vítima de sicários mais impenitentes que o exploram e o utilizam para fins hediondos, até o momento em que luz a divina misericórdia e a expiação o reconduz ao processo reencarnatório, que o irá depurar. (Noite de Angústias, pp. 249 a 251.)

122. Davi vai armado para o leilão no elegante clube – Estefânio, o hábil mistificador, recobrando-se do choque, começou a exigir: “Libertem-me. Sou peixe miúdo na sua rede. Não tenho valor. Apenas cumpro meu dever, obedecendo ordens superiores, poupando-me problemas”. Muito calmo, Fernando esclareceu: “Bem o sabemos. Conhecemos pessoalmente a organização a que você pertence e temos interesse em contatar com os seus chefes, especialmente com o Soberano. Ocorre, porém, que nos encontramos investidos de relevantes compromissos morais e não dispomos de tempo para malbaratá-los com irmãos iludidos, como você, que se atribuem direitos a que não fazem jus, estejam ou não a serviço de quem quer que seja. Desse modo, encerraremos hoje estes capítulos de perturbação e mentira que você tem experienciado. Mesmo que o nosso Davi resvale na alucinação que vitaliza, e para a qual o amigo contribuiu, não mais lhe terá acesso à hospedagem mental nem acompanhará o desenrolar dos acontecimentos em pauta. Momento chega, no qual cessa o livre-arbítrio individual e se expressa a Lei. Toda liberdade tem limite e este é a fronteira do direito, da alheia liberdade, sem o que se abrem os fossos da libertinagem, do desvario. Você e os nossos irmãos, seus servidores, ficarão aqui detidos, para posterior remoção, no momento hábil”. (A arrogância de Davi e o seu desequilíbrio alcançaram o patamar do absurdo quando ele passou a andar armado, como providência contra assaltantes ou inimigos, pelos quais se dizia perseguido. Assim pensando, ele intentou e conseguiu autorização para portar revólver, considerando as viagens que fazia e os riscos a que, segundo afirmava, estava submetido.) Como foi dito, Davi e Adelaide tinham um compromisso no clube. Assim, após os cuidados com a aparência, ele tomou da pistola e colocou-a no coldre, à cinta. Em seguida, dirigiu-se no seu automóvel ao luxuoso local onde haveria o leilão, seguido de um jantar. Com a saída do casal, o dr. Carneiro e o irmão Ernesto assumiram a responsabilidade de conduzir Estefânio e seus sequazes para o posto operacional, onde a bondade do irmão Vicente cedera as instalações a cooperadores hábeis para o ministério em desdobramento. Como naquela noite não havia reunião normal na Casa, o tempo foi reservado para as atividades de que participariam Fernando e Miranda. Os Espíritos vinculados às trevas foram então ali instalados no posto. Alguns deles, porém, temerosos de punições, crendo que Fernando e seus cooperadores pertencessem a algum grupo poderoso, adversário do Soberano, prorromperam em pranto angustiante, suplicando piedade e ajuda. (Noite de Angústias, pp. 251 a 253.)

123. Vicente faz-se visível irradiando intensa luz e os sicários têm medo – Havia em alguns deles sincero desejo de recuperação, o que facultou a enfermeiros diligentes separá-los dos demais – que os menoscabavam com expressões chulas –, a fim de prestar-lhes conveniente assistência. Os outros aguardariam as diretrizes compatíveis que lhes seriam sugeridas. Nesse comenos, o abnegado Vicente foi informado de que Raulinda, aturdida e magoada, diante da reação do adversário em processo de reencarnação e sitiada psiquicamente por outros membros do clã do Soberano das Trevas, programava-se para o suicídio. Dr. Carneiro e Miranda seguiram assim com Vicente, enquanto os demais cuidariam dos pacientes trazidos da casa de Davi. No lar de Raulinda, os companheiros depararam com um espetáculo deplorável. Tomada de pavor e revolta consigo mesma, a médium estava cercada por Espíritos perversos e zombeteiros que a crivavam de acusações cruéis, gerando um psiquismo pestífero, venenoso. O reencarnante, por sua vez, lutava para romper o liame magnético que o atava ao zigoto. Atemorizada, Raulinda decidiu tomar determinado veneno que possuía em casa. Muito embora convidada a orar, pela avó desencarnada, que a assistia, a jovem não buscara a oração. Foi por isso que, ante a ameaça do pior, a veneranda senhora recorrera a Vicente. Os bulhentos perturbadores não perceberam quando dr. Carneiro, Vicente e Miranda chegaram, e continuaram no cerco infeliz. Dr. Carneiro passou então a aplicar energias que pudessem dissolver a tela vibratória sombria que asfixiava a pobre mulher, enquanto Vicente, pondo-se em oração, lentamente fez-se visível, aureolando-se de safirina luz que se foi intensificando até iluminar todo o recinto. Os Espíritos perturbadores ficaram confusos com o que viam. Uns saíram em disparada, mas outros, vinculados ainda aos hábitos religiosos do passado, ajoelharam-se, exclamando: “É um anjo de Deus! Misericórdia!” O sereno Mentor, finda a prece, respondeu-lhes: “Sou apenas vosso irmão, que vos vem clarear as trevas da ignorância e despertar-vos para as responsabilidades esquecidas. Vede, a pobre jovem a quem aturdis é nossa irmã que se inicia no sagrado mister da maternidade. Certamente, não escolheu a maneira ideal para isso, porém necessita alcançar o cometimento para o próprio, como para o bem do filhinho que irá renascer. Deixai-a e ide, vós também, em paz”. (Noite de Angústias, pp. 253 e 254.)

124. Com a proteção espiritual e a prece, Raulinda volta à normalidade– Havia tal vibração de amor e de ternura nas palavras de Vicente, que eles suplicaram: “Ajudai-nos e tende piedade de nós, anjo do Senhor! Estamos perdidos, agoniados, em desespero. Que fazer?!” Ele respondeu: “Orai, reconsiderai vossos atos, através de sincero arrependimento e abri-vos ao Bem. Emissários divinos virão em vosso auxílio, tão logo permaneçais nos superiores propósitos de elevação, de reequilíbrio. Ide e confiai. Não vos faltarão socorros. Tende ânimo!” Comovidos, alguns abraçados a outros, os bulhentos arrependidos abandonaram o recinto. “Deus vos abençoe!”, exclamou o venerável Guia, cuja elevação espiritual podia ser percebida ali, embora sempre se apresentasse humilde e discreto, uma característica essencial dos Espíritos Nobres, que nunca se ensoberbecem, tampouco se subestimam ou se autodesconsideram. Logo que as energias vigorosas do dr. Carneiro de Campos conseguiram romper a estranha rede que apertava Raulinda, a jovem respirou aliviada e começou a reflexionar melhor. Dando-se conta do perigo que a cercava, ela correu ao banheiro e derramou o veneno, libertando-se do crime ameaçador. Pranto espontâneo dominou-a, então, sem desespero. Dr. Carneiro dirigiu-se em seguida ao reencarnante em tom paternal e admoestou-o com ternura, demonstrando-lhe a providencial oportunidade para reparação dos débitos, por parte da futura mãezinha, e apaziguamento dos conflitos que o maceravam. Afinal, todo perseguidor é alguém em si mesmo molestado, infeliz, sem discernimento, envenenado pelo ódio sandeu, sem rumo nem diretriz. Nesse comenos, Raulinda lembrou-se d’ O Evangelho segundo o Espiritismo, de Kardec, e, depois de orar, abriu-o e leu comovidamente. A médium voltava à normalidade, desde o desagradável acontecimento do consultório. Recobrava o ânimo e a coragem para enfrentar os desafios resultantes do passo equivocado, sem tombar em gravames maiores. Vicente utilizou-se do momento em que ela se deteve a meditar na página lida, e inspirou-a, convidando-a à reflexão, à mudança de atitude para melhor, definitivamente. Ela captava nos refolhos d’alma a palavra segura e severa do Mentor, predispondo-se a uma nova conduta. Abria-se, desse modo, para a sua atual existência um capítulo novo, libertador, conduzindo-a no rumo da felicidade. O Bem atuante, aceito, venceu o mal transitório, desagregador. A sua e a existência próxima do filhinho teriam agora o seu curso normal. Evidentemente, os últimos acontecimentos foram levados ao Soberano das Trevas, que tomou novas e formidandas providências, resolvendo-se por aceitar o repto da equipe dirigida pelo dr. Carneiro. E a melhor maneira de realizar esse enfrentamento seria através de quem mais facilmente lhe acolhesse as insinuações. Fernando conseguira infiltrar-se nos seus labirintos, tomando conhecimento das suas técnicas e armadilhas, pois para isso viera com o venerável médico baiano. (Noite de Angústias, pp. 255 a 257.) (Continua no próximo número.)

DIANTE DA MORTE:


Como as dores inconsoláveis dos sobreviventes afetam os Espíritos que lhe são objetos? "O Espírito é sensível à lembrança e aos lamentos daqueles que amaram, mas uma dor incessante e irracional o afeta penosamente...” (Questão 936 de “O Livro dos Espíritos” – Allan Kardec.)


Uma vez sabendo que os nossos pensamentos influenciam os desencarnados, podemos entender, então, que nossa saudade os alcança e os atrai para junto de nós. Em assim sendo é melhor tê-los em nossas casas, no equilíbrio do lar, ao invés de buscá-los nos cemitérios, entre as paredes solitárias e mármores gelados.

Se nossos entes queridos, que viajaram no comboio da morte para a verdadeira vida, ou seja, a espiritual, também mergulhados na saudade, desejam nos ver, sem duvida, é mais racional e coerente que nos visitem em nosso ambiente doméstico, que devemos manter alegre e ajustado.

O desespero que porventura possa emergir do nosso comportamento se caracteriza como acréscimo de sofrimento e preocupação para eles, pois necessitam de tranquilidade para a adaptação à nova vida, e, conscientes de que os familiares na Terra estão em desequilíbrio, podem também naufragar nas águas revoltas da incompreensão e da angústia ou ver com mais dificuldades e incertezas as lutas restauradoras que deverão encetar.

O sofrimento é totalmente normal e aceitável, e nem sempre o conhecimento da certeza da vida após a morte faz estancar nossas lágrimas, mas o importante é colher as amarguras da separação protegidos pelo manto da resignação e acobertados pelo telhado da fé; pois a criatura que confia em Deus, e na sabedoria de Suas leis imutáveis, também chora, mas não permite em hipótese alguma que os olhos derramem lágrimas ácidas de inconformismo e lamentação.

Antes de nos quedarmos na prostração e na inércia, continuemos a direcionar nossos passos, acreditando ainda uma vez mais que o amor incomensurável de Deus prossegue sendo o combustível necessário à manutenção dos movimentos da nossa jornada, pois a morte, antes de ser um rompimento definitivo, é apenas uma separação momentânea, uma vez que a sepultura pode acolher um corpo morto, mas jamais tem o poder de aniquilar o esplendor de uma vida que, permanecendo no Espírito imortal e eterno, é indestrutível.

O culto fúnebre, tétrico e mórbido da morte, aos poucos vai cedendo lugar para o conhecimento da verdadeira finalidade do homem na Terra. Nascer, morrer, paulatinamente, vai deixando de ser o surgimento e o término de uma vida, para transformar-se, com total fundamento, no início e no final de uma etapa de lutas ao longo da existência do Espírito que foi criado simples e ignorante, mas com a passagem comprada que dará direito de viajar na nave que se destina à perfeição.

Nossos seres amados, que seguiram pelos caminhos da desencarnação, apenas fixaram residência em outras dimensões, para melhor atender aos compromissos de evolução dos seus espíritos em marcha, pois o bom senso nos diz que os laços do amor verdadeiro não se rompem, antes sim, se atam cada vez mais e sobrevivem a todas as injunções do caminho.

PARA QUANDO EU ME FOR.... UM TEXTO PARA QUEM NÃO TEM MEDO DE SE EMOCIONAR



Morrer é uma surpresa. Sempre. Nunca se espera. Nem mesmo o paciente terminal acha que vai morrer hoje ou amanhã. Na semana que vem talvez, mas apenas se a semana que vem continuar sendo na semana que vem.

Nunca se está pronto. Nunca é a hora. Nunca vamos ter feito tudo o que queríamos ter feito. O fim da vida sempre vem de surpresa, fazendo as viúvas chorarem e entediando as crianças que ainda não entendem o que é um velório (Graças a Deus).

Com meu pai não foi diferente. Na verdade, foi mais inesperado. Meu pai se foi com 27 anos, a idade que leva muitos músicos famosos. Jovem. Moço demais. Meu pai não era músico nem famoso, o câncer parece não ter preferência. Ele se foi quando eu ainda era novo, descobri o que era um velório justamente com ele. Eu tinha 8 anos e meio, o suficiente pra sentir saudade pelo resto da vida. Se ele tivesse morrido antes, não existiriam lembranças. Nem dor. Mas também não haveria um pai na minha história. E eu tive um pai.

Tive um pai que era duro e divertido. Que me colocava de castigo com uma piadinha pra não me magoar. Que me dava um beijo na testa antes de dormir. Hábito esse que eu levei para os meus filhos. Que me obrigou a amar o mesmo time que ele e que explicava as coisas de um jeito melhor que a minha mãe. Sabe? Um pai desses que faz falta.

Ele nunca me disse que ia morrer, nem quando já estava deitado cheio de tubos. Meu pai fazia planos para o ano que vem mesmo sabendo que não veria o próximo mês. No ano que vem iríamos pescar, viajar, visitar lugares que nenhum de nós conhecia. O ano que vem seria incrível. Eu vivi esse sonho com ele.

Acho, tenho certeza na verdade, que ele pensava que isso daria sorte. Supersticioso. Pensar no futuro era o jeito dele se manter otimista. O desgraçado me fez rir até o final. Ele sabia. Ele não me contou. Ele não me viu chorar a sua perda.

E de repente o ano que vem acabou antes de começar.

Minha mãe me pegou na escola e fomos ao hospital. O médico deu a notícia com toda a sensibilidade que um médico deixa de ter com os anos. Minha mãe chorou. Ela também tinha um pingo de esperança. Como disse antes, todo mundo tem. Eu senti o golpe. Como assim? Não era só uma doença normal dessas que a gente toma injeção? Pai, como eu te odiei. Você mentiu pra mim. Não fiquei triste, pai, fiquei com raiva. Me senti traído. Gritei de raiva no hospital até perceber que meu pai não estava lá pra me colocar de castigo. Chorei.

Mas aí meu pai foi meu pai de novo. Trazendo uma caixa de sapato debaixo dos braços, uma enfermeira veio me consolar. Dentro, dezenas de envelopes lacrados com frases escritas onde deveriam ficar os nomes dos destinatários. Entre as lágrimas e os soluços não consegui entender direito o que estava acontecendo. E então a mesma enfermeira me entregou uma carta. A única fora da caixa.

“Seu pai me pediu pra entregar essa pessoalmente e te dizer pra abrir. Ele passou a semana inteira escrevendo tudo isso e disse que era pra você. Seja forte.” Disse a enfermeira com um abraço.

PARA QUANDO EU ME FOR dizia o envelope que ela me entregou. Abri.

Filho,

Se você está lendo eu morri. Desculpa, eu sabia.

Não queria te dizer que ia acontecer, não queria te ver chorar. Parece que consegui. Acho que um homem prestes a morrer tem o direito de ser um pouco egoísta.

Bom, como eu ainda tenho muito pra te ensinar, afinal você não sabe de nada, deixei essas cartas. Você só pode abrir quando o momento certo chegar, o momento que eu escrevi no envelope. Esse é o nosso combinado, ok?

Eu te amo. Cuida da sua mãe, você é o homem da casa agora.

Beijo, pai.

PS: Não deixei cartas para sua mãe, ela já ficou com o carro.

E com aqueles garranchos, afinal naquela época não era tão fácil imprimir como é hoje em dia, ele me fez parar de chorar. Aquela letra porca que uma criança de 8 anos mal entendia (eu, no caso) me acalmou. Me arrancou um riso do rosto. Esse era o jeito do meu pai de fazer as coisas. Que nem o castigo com uma piadinha para aliviar.

Aquela caixa se tornou a coisa mais importante do mundo. Proibi minha mãe de abrir, de ler. Mas elas eram minhas, só pra mim. Sabia decorado todos os momentos da vida em que eu poderia abrir uma carta e ler o que meu pai tinha deixado. Só que esses momentos demoraram muito pra chegar. E eu esqueci.

Sete anos e uma mudança depois eu não tinha ideia de onde a caixa tinha ido parar. Eu não lembrava dela. Algo que você não lembra não faz falta. Se você perdeu algo da sua memória, você não perdeu. Simplesmente não existe. Como dinheiro que depois você acha no bolso da bermuda.

E então aconteceu. Uma mistura de adolescência com o novo namorado da minha mãe desencadeou o que meu pai sabia que um dia aconteceria. Minha mãe teve vários namorados, sempre entendi. Ela nunca casou de novo. Não sei ao certo o motivo, mas gosto de acreditar que o amor da vida dela tinha sido meu pai. Mas esse namorado era ridículo. Eu sentia que ela se rebaixava pra ele. Que ele fazia pouco da mulher que ela era. Que uma mulher como ela merecia algo melhor do que um cara que ela tinha conhecido no forró.

Me lembro até hoje do tapa que veio acompanhado da palavra “forró”. Eu mereci, admito. Os anos me mostraram isso. Na hora, enquanto a pele da minha bochecha ardia, lembrei da minha caixa e das minhas cartas. De uma carta em específico que dizia PARA QUANDO VOCÊ TIVER A PIOR BRIGA DO MUNDO COM A SUA MÃE.

Corri para o quarto e revirei minhas coisas o suficiente para levar outro tapa na cara da minha mãe. Encontrei a caixa dentro de uma mala de viagem na parte de cima do armário. O limbo. Procurei entre os envelopes. Passei por PARA QUANDO VOCÊ DER O PRIMEIRO BEIJO e percebi que havia pulado essa, me odiei um pouco e decidi que a leria logo depois, e por PARA QUANDO VOCÊ PERDER A VIRGINDADE, uma que eu esperava abrir logo, logo. Achei o que procurava e abri.

Pede desculpa.

Eu não sei o motivo da briga e nem quem tem razão. Mas eu conheço a sua mãe. Então a melhor maneira de resolver isso é com um humilde pedido de desculpas. Do tipo rabinho entre as pernas.

Ela é sua mãe, cara. Te ama mais do que tudo nessa vida. Sabe, ela escolheu parto normal porque alguém disse que era melhor pra você. Você já viu um parto normal? Pois é, quer demonstração de amor maior que essa?

Pede desculpa. Ela vai te perdoar. Eu não seria tão bonzinho.

Beijo, pai.

Meu pai passava longe de um escritor, era bancário, mas as palavras dele mexeram comigo. Havia mais maturidade nelas do que nos meus quatorze anos de vida. O que não era muito difícil por sinal.

Corri para o quarto da minha mãe e abri a porta. Já estava chorando quando ela, chorando também, virou a cabeça pra me olhar nos olhos. Não lembro o que ela gritou pra mim, algo como “O que você quer?”, mas lembro que andei até ela e a abracei, ainda segurando a carta do meu pai. Amassando o papel já velho entre os meus dedos. Ela me abraçou de volta e ficamos em silêncio por não sei quantos minutos.

A carta do meu pai fez ela rir alguns momentos depois. Fizemos as pazes e conversamos um pouco sobre ele. Ela me contou umas manias estranhas que ele tinha, como comer salame com geleia de morango. De algum modo, senti que ele estava ali. Eu, minha mãe e um pedaço do meu pai, um pedacinho que ele deixou naquele papel. Que bom.

Não demorou muito e li PARA QUANDO VOCÊ PERDER A VIRGINDADE.

Parabéns, filho.

Não se preocupa, com o tempo a coisa fica melhor. Toda primeira vez é um lixo. A minha foi com a puta mais feia do mundo, por exemplo.

Meu maior medo é você ler o envelope e perguntar da sua mãe antes da hora o que é virgindade. Ou pior, ler o que eu acabei de escrever sem nem saber o que é punheta (você sabe, não sabe?). Mas isso também não será problema meu, não é mesmo?

Beijo, pai.

Meu pai acompanhou minha vida toda. De longe, sim, mas acompanhou. Em incontáveis momentos suas palavras me deram aquela força que ninguém mais conseguia dar. Ele sempre dava um jeito de me arrancar um sorriso em um momento de tristeza ou de clarear meus pensamentos num momento de raiva.

PARA QUANDO VOCÊ CASAR me emocionou, mas não tanto quanto PARA QUANDO EU FOR AVÔ.

Filho, agora você vai descobrir o que é amor de verdade. Vai descobrir que você gosta bastante da sua mulher, mas que amor mesmo é o que você vai sentir por essa coisinha aí que eu não sei se é ele ou ela. Sou um cadáver, não um vidente.

Aproveita. É a melhor coisa do mundo. O tempo vai passar rápido, então esteja presente todos os dias. Não perca nenhum momento, eles não voltam mais. Troque as fraldas, dê banho, sirva de exemplo. Acho que você tem condições de ser um pai tão incrível quanto eu.

A carta mais dolorida da minha vida foi também a mais curta do meu pai. Acredito que ele sofreu para escrever aquelas quatro palavras o mesmo que eu sofri por ter vivido aquele momento. Demorou, mas um dia eu tive que ler PARA QUANDO SUA MÃE SE FOR.

Ela é minha agora.

Uma piada. Um palhaço triste que esconde o choro por trás do sorriso de maquiagem. Foi a única carta que não me arrancou um sorriso, mas entendi a razão.

Eu sempre respeitei o combinado com meu pai. Nunca li nenhuma carta antes do momento certo. Tirando PARA QUANDO VOCÊ SE DESCOBRIR GAY, claro. Nunca acreditei que o momento de ler essa carta chegaria, então abri muitos anos atrás. Ela foi uma das mais engraçadas, por sinal.

O que eu posso dizer? Ainda bem que morri.

Deixando as brincadeiras de lado e falando sério (é raro, aproveita). Agora semimorto eu vejo que a gente se importa muito com coisas que não importam tanto. Você acha que isso muda alguma coisa, filho?

Não seja bobo, seja feliz.

Sempre esperei muito pelo próximo momento. Pela próxima carta. Pela próxima lição que meu pai tinha pra me dar. Incrível como um homem que viveu 27 anos teve tanto pra ensinar pra um senhor de 85 como eu.

Agora, deitado na cama do hospital, com tubos no nariz e na traqueia (maldito câncer), eu passo os dedos por cima do papel desbotado da última carta. PARA QUANDO SUA HORA CHEGAR o garrancho quase invisível diz.

Não quero abrir. Tenho medo. Não quero acreditar que a minha hora chegou. Esperança, lembra? Ninguém acredita que vai morrer hoje.

Respiro fundo e abro.

Oi, filho, espero que você seja um velho agora.

Sabe, essa foi a carta mais fácil de escrever. A primeira que eu escrevi. A carta que me livrou da dor de te perder. Acho que estar perto do fim clareia a cabeça pra falar sobre o assunto.

Nos meus últimos dias eu pensei na vida que eu levei. Na minha curta vida, sim, mas que me fez muito feliz. Eu fui seu pai e marido da sua mãe. O que mais eu poderia querer? Isso me deu paz. Faça o mesmo.

Um conselho: não precisa ter medo.

PS: Tô com saudade.

__________

Por: Rafael Zoehler – Via: Blog

sexta-feira, 24 de julho de 2015

O MUNDO MÁGICO DAS PLANTAS - A BOTÂNICA FUNERÁRIA


O mundo mágico e oculto das plantas não se circunscreve às mezinhas e benzeduras, à prática de rituais que envolvem a magia e a feitiçaria. Há um campo que talvez passe despercebido, de tal maneira está entranhado na nossa vivência diária. Refiro-me à relação do mundo vegetal com uma das grandes incógnitas da existência humana: a morte.




Ciprestes na entrada do Cemitério de Arrentela - Seixal

A sua forma longilínea lembra dedos apontando os céus,


Quase todas as culturas utilizam as plantas para celebrar a morte. Estranhamente, raro é alguém celebrar o nascimento e a vida com oferenda de flores. Outro tanto não se pode dizer no que à morte diz respeito. Existe mesmo uma arte floral especializada para essa celebração. As próprias árvores são exemplos flagrantes da sua ligação à botânica funerária. Na verdade, elas oferecem-nos o lenho com que se constrói o caixão. Essa madeira deve ter, segundo a tradição, duas características fundamentais: A incorruptibilidade e o aroma sagrado. Estas duas virtudes vamos encontrá-las no Cedro. Diz-se que o perfume desta árvore afasta os vermes das tumbas e a muito longa vida da madeira simboliza a eternidade.
Outra árvore desde sempre ligada ao culto dos mortos é o Cipreste. É comum encontrá-lo à entrada dos cemitérios. O seu porte sereno, longilíneo e erecto representa um dedo apontando o céu. Existe mesmo uma nação, Chipre, cujo nome deriva de Cipreste. Nesta ilha, os habitantes, em épocas remotas, renderam culto a esta árvore.




Na Antiguidade as castanhas eram considerada alimento do
mortos e colocadas nas urnas.


Também o Castanheiro está ligado ao mundo funerário. Os seus frutos, as castanhas, amadurecem por altura do Dia de Finados. Na Antiguidade as castanhas eram utilizadas como alimento dos mortos na sua longa viagem rumo ao Paraíso.
Na Alemanha, é o Amieiro, a árvore funerária por excelência. Goethe, no seu poema Erlenkönig (O Rei dos Amieiros), conta a história de um pai que viu o seu filho morrer-lhe nos braços depois deste ter visto, durante uma noite de temporal, o sinistro Rei dos Amieiros.
As ligações das plantas ao mundo do fantástico e da morte estão presentes em inúmeras culturas. Os Celtas, com uma cultura fortemente ligada ao mundo vegetal, cobriam os seus mortos com flores e folhas e depois da urna fechada, voltavam a cobri-la de flores e folhas.
O Loendro é, na Sicilia, a planta funerária. Na Rússia é hábito cobrir-se os mortos com ramos de Pinheiro e Abeto.


Violetas. A flor que representa a Paixão, a Humildade e a Dor.

Entre as árvores típicas de uma necrópole, a Palmeira também tem um lugar de destaque. A palma é frequentemente vislumbrada nos primeiros cemitérios cristãos.
Existe mesmo uma obra literária editada em Espanha em 1885, cujo autor, Celestino Barallat y Falguera, um advogado e escritor, nos dá a sua perspectiva sobre o culto dos mortos. Este homem, como que numa predestinação, viria a falecer no Dia de Finados de 1905.





Flores sempre presentes...


Para Barallat, as cores de um cemitério devem ser, exclusivamente, duas: o verde das plantas e o branco das lápides.. O verde representa a regeneração da Primavera, logo, a imortalidade da alma. O branco, a pureza e a humildade. Para ele há flores, cuja cor está perfeitamente associada à dor e ao luto. É o caso da Violeta. Ela representa a humildade e a modéstia, virtudes que encaixam perfeitamente na ideia da finitude da vida. Em sarcófagos egípcios foram encontrados amuletos de cor violácea, também a cor que os reis de França usavam nos seus lutos. Crê-se que os hábitos de certos dignitários da Igreja, são de cor violeta porque isso os induz a terem sempre presente a ideia da morte na sua forma mais sagrada.



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quarta-feira, 15 de julho de 2015

CARTA ATRIBUIDA A EINSTEIN, À SUA FILHA LIESERL




"Quando propus a teoria da relatividade, muito poucos me entenderam e o que vou agora revelar a você, para que transmita à humanidade, também chocará o mundo, com sua incompreensão e preconceitos.
Peço ainda que aguarde todo o tempo necessário -- anos, décadas, até que a sociedade tenha avançado o suficiente para aceitar o que explicarei em seguida para você.
Há uma força extremamente poderosa para a qual a ciência até agora não encontrou uma explicação formal.
É uma força que inclui e governa todas as outras, existindo por trás de qualquer fenômeno que opere no universo e que ainda não foi identificada por nós.
Esta força universal é o AMOR.
Quando os cientistas estavam procurando uma teoria unificada do Universo esqueceram a mais invisível e poderosa de todas as forças.
O Amor é Luz, dado que ilumina aquele que dá e o que recebe.
O Amor é gravidade, porque faz com que as pessoas se sintam atraídas umas pelas outras.
O Amor é potência, pois multiplica (potencia) o melhor que temos, permitindo assim que a humanidade não se extinga em seu egoísmo cego.
O Amor revela e desvela.
Por amor, vivemos e morremos.
O Amor é Deus e Deus é Amor.
Esta força tudo explica e dá SENTIDO à vida.
Esta é a variável que temos ignorado por muito tempo, talvez porque o amor provoca medo, sendo o único poder no universo que o homem ainda não aprendeu a dirigir a seu favor.
Para dar visibilidade ao amor, eu fiz uma substituição simples na minha equação mais famosa.
Se em vez de E = mc², aceitarmos que a energia para curar o mundo pode ser obtido através do amor multiplicado pela velocidade da luz ao quadrado (energia de cura = amor x velocidade da luz ²), chegaremos à conclusão de que o amor é a força mais poderosa que existe, porque não tem limites.
Após o fracasso da humanidade no uso e controle das outras forças do universo, que se voltaram contra nós, é urgente que nos alimentemos de outro tipo de energia.
Se queremos que a nossa espécie sobreviva, se quisermos encontrar sentido na vida, se queremos salvar o mundo e todos os seres sensíveis que nele habitam, o amor é a única e a resposta última.
Talvez ainda não estejamos preparados para fabricar uma bomba de amor, uma criação suficientemente poderosa para destruir todo o ódio, egoísmo e ganância que assolam o planeta.
No entanto, cada indivíduo carrega dentro de si um pequeno, mas poderoso gerador de amor, cuja energia aguarda para ser libertada.
Quando aprendemos a dar e receber esta energia universal, Lieserl querida, provaremos que o amor tudo vence, tudo transcende e tudo pode, porque o amor é a quintessência da vida.
Lamento profundamente não ter sido capaz de expressar mais cedo o que vai dentro do meu coração, que toda a minha vida tem batido silenciosamente por você.
Talvez seja tarde demais para pedir desculpa, mas como o tempo é relativo, preciso dizer que te amo e que a graças a você, obtive a última resposta.
Seu pai,
Albert Einstein
(texto colhido no mural de Lourdes Melo)

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