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domingo, 13 de outubro de 2013

O CÉU E O INFERNO POR ALLAN KARDEC:



O Céu e o Inferno

Allan Kardec

(Parte 2)





Continuamos o estudo metódico do livro “O Céu e o Inferno, ou a Justiça Divina segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, cuja primeira edição foi publicada em 1º de agosto de 1865. A obra integra o chamado Pentateuco Kardequiano. As respostas às questões sugeridas para debate encontram-se no final do texto abaixo.
Questões para debate

A. Quais as causas do temor da morte?

B. Por que o homem é geralmente apegado às coisas terrenas?

C. Qual o futuro dos homens, segundo o Espiritismo?

D. Que significa o vocábulo céu, e onde a teologia católica o situa?
Texto para leitura

15. À medida que o homem compreende melhor a vida futura, o temor da morte diminui; uma vez esclarecida a sua missão terrena, aguarda-lhe o fim, calma, resignada e serenamente. A certeza da vida futura lhe dá outro rumo às ideias, outro objetivo ao trabalho. (Primeira Parte, cap. II, item 3.)

16. Para libertar-se do temor da morte é mister poder encará-la no seu verdadeiro ponto de vista, isto é, ter penetrado pelo pensamento no mundo espiritual, fazendo dele uma ideia tão exata quanto possível, o que denota da parte do Espírito encarnado um tal ou qual desenvolvimento e aptidão para desprender-se da matéria. (Primeira Parte, cap. II, item 4.)

17. Não dependendo a felicidade futura do trabalho progressivo na Terra, a facilidade com que se acredita poder adquirir essa felicidade por meio de algumas práticas exteriores, a possibilidade até de a comprar a dinheiro, sem regeneração de caráter e costumes, dão aos gozos do mundo o melhor valor. E mais de um crente considera, intimamente, que, assegurando seu futuro pelo cumprimento de certas fórmulas que de nada o privam, seria supérfluo impor-se sacrifícios ou quaisquer incômodos por outrem. (Primeira Parte, cap. II, item 7.)

18. A Doutrina Espírita muda inteiramente a maneira de se encarar o futuro: a vida futura deixa de ser uma hipótese, para ser realidade; o estado das almas depois da morte não é mais um sistema, porém o resultado da observação. Eis aí por que os espíritas encaram a morte calmamente e se revestem de serenidade nos seus últimos momentos na Terra. (Primeira Parte, cap. II, item 10.)

19. Para os espiritistas, a alma não é uma abstração; ela tem um corpo etéreo que a define ao pensamento, o que é bastante para fixar as ideias sobre sua individualidade, sobre suas aptidões e suas percepções. A lembrança dos que nos são caros repousa sobre uma base real. Em vez de perdidos nas profundezas do Espaço, eles estão ao redor de nós; o mundo corporal e o mundo espiritual identificam-se em perpétuas relações, assistindo-se mutuamente. Sem a dúvida acerca do futuro, desaparece o temor da morte e encara-se a sua aproximação com sangue frio, como quem aguarda a libertação pela porta da vida e não pela porta do nada. (Primeira Parte, cap. II, item 10.)

20. A Ciência, com a lógica inexorável da observação e dos fatos, levou o seu archote às profundezas do Espaço e mostrou que a Terra não é o centro do Universo, porém um dos menores astros que rolam na imensidade, sendo as estrelas outros tantos e inumeráveis sóis, em torno dos quais circulam mundos sem conta. (Primeira Parte, cap. III, item 3.)

21. O homem compõe-se de corpo e Espírito. Este é o ser principal, racional, inteligente; o corpo é o invólucro material que o reveste temporariamente para preenchimento de sua missão na Terra e execução do trabalho necessário ao seu adiantamento. O corpo, uma vez usado, destrói-se e o Espírito sobrevive a essa destruição. Existem, pois, dois mundos: o corporal, composto de Espíritos encarnados, e o espiritual, formado dos Espíritos desencarnados. (Primeira Parte, cap. III, item 5.)
Respostas às questões propostas

A. Quais as causas do temor da morte?

O temor da morte é um efeito da sabedoria da Providência e uma consequência do instinto de conservação comum a todos os viventes. Ele é necessário enquanto não se está suficientemente esclarecido sobre as condições da vida futura, como contrapeso à tendência que, sem esse freio, nos levaria a deixar prematuramente a vida e a negligenciar o trabalho terreno que deve servir ao nosso próprio adiantamento. À proporção que o homem compreende melhor a vida futura, o temor da morte diminui; uma vez esclarecida a sua missão terrena, aguarda-lhe o fim calma, resignada e serenamente. A certeza da vida futura dá-lhe outro curso às ideias, outro fito ao trabalho; antes dela, nada que não se prenda ao presente; depois dela, tudo pelo futuro sem desprezo do presente, porque sabe que o futuro depende da boa ou da má direção dada ao presente. A certeza de reencontrar seus amigos depois da morte, de reatar as relações que tivera na Terra, de não perder um só fruto do seu trabalho, de engrandecer-se incessantemente em inteligência, perfeição, dá ao homem paciência para esperar e coragem para suportar as fadigas transitórias da vida terrestre. A solidariedade entre vivos e mortos faz-lhe compreender a que deve existir na Terra, onde a fraternidade e a caridade têm desde então um fim e uma razão de ser, tanto no presente como no futuro. (O Céu e o Inferno, Primeira Parte, cap. II, itens 1 a 4; 8 e 9.)

B. Por que o homem é geralmente apegado às coisas terrenas?

No Espírito atrasado a vida material prevalece sobre a espiritual. Apegando-se às aparências, o homem não distingue a vida além do corpo, esteja embora na alma a vida real. Aniquilado aquele, tudo se lhe afigura perdido, desesperador. A vida futura é-lhe uma ideia vaga, antes uma probabilidade do que certeza absoluta. Ele acredita, desejaria que assim fosse, mas apesar disso exclama: "Se, todavia, assim não for! O presente é positivo, ocupemo-nos dele primeiro, que o futuro por sua vez virá". É considerável o número dos dominados por este pensamento. Outra causa de apego às coisas terrenas, mesmo nos que mais firmemente creem na vida futura, é a impressão do ensino que relativamente a ela se lhes tem dado desde a infância. Convenhamos que o quadro pela religião esboçado, sobre o assunto, é nada sedutor e ainda menos consolatório. (Obra citada, Primeira Parte, cap. II, itens 4, 5 e 6.)

C. Qual o futuro dos homens, segundo o Espiritismo?

A Doutrina Espírita transforma completamente a perspectiva do futuro. A vida futura deixa de ser uma hipótese para ser realidade. O estado das almas depois da morte não é mais um sistema, porém o resultado da observação. Ergueu-se o véu; o mundo espiritual aparece-nos na plenitude de sua realidade prática; não foram os homens que o descobriram pelo esforço de uma concepção engenhosa: são os próprios habitantes desse mundo que nos vêm descrever a sua situação. E aí os vemos em todos os graus da escala espiritual, em todas as fases da felicidade e da desgraça, assistindo, enfim, a todas as peripécias da vida de além-túmulo. A vida futura é, segundo o Espiritismo, a continuação da vida terrena em melhores condições e por isso os espíritas a aguardam com a mesma confiança com que aguardariam o despontar do Sol após uma noite de tempestade. Os motivos dessa confiança decorrem dos fatos testemunhados e da concordância desses fatos com a lógica, com a justiça e com a bondade de Deus. (Obra citada, Primeira Parte, cap. II, item 10.)

D. Que significa o vocábulo céu, e onde a teologia católica o situa?

A palavra céu designa o espaço indefinido que circunda a Terra, e mais particularmente a parte que está acima do nosso horizonte. Vem do latim coelum, côncavo, porque o céu parece uma imensa concavidade. A teologia cristã reconhece três céus: o primeiro é o da região do ar e das nuvens; o segundo, o espaço em que giram os astros, e o terceiro, para além deste, é a morada do Altíssimo, a habitação dos que o contemplam face a face. É conforme a esta crença que se diz que S. Paulo foi alçado ao terceiro céu. (Obra citada, Primeira Parte, cap. III, itens 1 e 2.)


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