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sexta-feira, 26 de julho de 2013

BEM QUE NOS FALTA!!!!


Alma que choras na teia física, louva o tronco de sofrimento a que te encontras temporariamente agrilhoada na Terra! Abençoa os espinhos que te laceram. Abençoa o pranto que te lava os escaninhos do ser. Executa com paciência o trabalho que a vida te pede, porque, um dia, os companheiros amados que te precederam na vanguarda de luz estarão contigo, em preces de triunfo, a desatarem-te as últimas algemas, de modo a que lhes partilhes os cânticos de vitória, na grande libertação.

No estudo da perfeição, comecemos por vigiar a nós mesmos, corrigindo-nos em tudo aquilo que nos desa­grada nos semelhantes. Muitos pregam contra o desperdício dos administradores da causa pública e instalam-se, entre as paredes domésticas, como se devessem atravessar a existência numa carruagem de luxo, sobre lixo dourado. Outros criticam autoridades, apontando-as por verdugos do povo, e tiranizam, no lar, as mãos obscuras e generosas que lhes amassam o pão.

Vemos os que amaldiçoam a guerra entre os povos, e vivem, no aprisco familiar, com a truculência da fera solta. Há os que indicam a pena de morte para os irmãos que enlouqueceram na delinquência, e manejam, em casa, o punhal invisível da ingratidão. Muitos lideram primorosas campanhas de socorro à infância desprotegida, e enxotam, por vagabundo, o primeiro menino infortunado que lhes roga um vintém.

Outros guardam a enciclopédia na cabeça e jamais se lembram de estender o alfabeto ao companheiro atrelado à ignorância. Vemos os que cantam hosanas à virtude e encastelam-se no conforto individual, afirmando que a caridade é fábrica de preguiça. E há os que ensinam sabiamente, quanto à bondade e à simpatia, a se movimentarem, na senda particular, despedindo farpas magnéticas, entre melindres e aversões.

Nestes apontamentos humildes, a ninguém censuramos, de vez que, com evidentes exceções, até ontem éramos todos nós igualmente assim. Hoje, porém, com a Doutrina Espírita no comando da fé, sabemos todos que a lei do progresso confere a cada espírito a possibilidade de adquirir o bem que lhe falta, a fim de que a justiça estabeleça o merecimento de cada um, na pauta das próprias obras.

Conjuguemos, assim, conselho e ação, palavra e conduta, na mesma onda de serviço renovador, compreendendo, por fim, que o bem que nos falta nem sempre é o bem que ainda não desfrutamos, mas sim o bem dos outros que, em nosso próprio benefício, nos cabe fazer.

Justiça Divina - Emmanuel

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